Os Altares são uma freguesia portuguesa do concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, com 26,04 km² de área e 901 população residente ( dados censos 2011).
Densidade: 33,9 hab/km².
Hidrografia
Apesar de atravessada por diversos cursos de água, a freguesia dos Altares é pobre em recursos hídricos já que as ribeiras existentes são hoje de carácter torrencial,
correndo de forma efémera apenas após chuvadas intensas.
Essa não era a situação nos tempos da colonização, já que a floresta e as turfeiras então existentes tinham um efeito regularizador mantendo pequenos caudais nas principais
ribeiras durante quase todo o ano.
São as seguintes as ribeiras que atravessam a povoação (de leste para oeste):
- Ribeira do Pamplona, que delimita a freguesia (e simultaneamente o concelho de Angra do Heroísmo) dos Arrochela;
- Ribeira de Lapa, uma das mais caudalosas da freguesia;
- Ribeira da Luz;
- Ribeira de São Roque, junto da qual se ergue a igreja paroquial e se concentra a zona central da freguesia, designada por Lugar. Esta ribeira tem como afluente na sua margem esquerda a Ribeira das Lajinhas;
- Ribeira dos Gatos.
História
Fundação
Situada em terrenos relativamente planos, com solos férteis, apesar de sita longe dos principais centros populacionais de Angra e da Praia, a região onde hoje se situam os Altares cedo foi colonizada. Dado o alcantilado das suas costas, acesso deverá ter sido feito a partir do porto dos Biscoitos, sito cerca de 6 km a leste, e a partir da colónia inicial fundada junto das ribeiras perenes das Quatro Ribeiras. O arroteamento dos terrenos, a julgar pela estrutura fundiária e pela morfologia dos cerrados, deve ter prosseguido de leste para oeste, sendo a zona ocidental, e aquela onde hoje se situa a freguesia do Raminho, a última a ser povoada.
Não se conhece a data de elevação da paróquia, apenas se sabendo que foi em data anterior a 1480, dado que naquele ano já tinha pároco. Com base na data de colonização da ilha e pelo que é conhecido da sua progressão ao longo da costa norte, as primeiras dadas na zona deverão ter ocorrido por volta de 1460, com a povoação a estruturar-se no último quartel do século XV.
O centro da freguesia, com a sua igreja paroquial, instalou-se nas margens da Ribeira de São Roque, imediatamente a jusante da confluência da Ribeira das Lajinhas, que ao tempo, dada o coberto vegetal e a presença de largas turfeiras na zona alta, eram perenes. Esta dependência das ribeiras deve-se à escassez de águas superficiais que resulta da geologia da região, já que as nascentes existentes se situam nas faldas da Serra de Santa Bárbara, a mais de 4 km de distância e em zonas que, pela sua altitude e consequente clima, não são habitáveis.
Em 1612 possuía 200 fogos e em 1838 contava com 2232 habitantes e 479 fogos. Denotar que pertenceu ao concelho da Praia da Vitória até 1870, altura em que o concelho de S.Sebastião foi extinto e passou a pertencer ao concelho de Angra.
A evolução da freguesia dos Altares foi desde cedo marcada pela emigração, primeiro para o Brasil, depois para os Estados Unidos da América e finalmente para o Canadá.
Ao longo do século XX, a população da freguesia foi controlada pelas políticas de imigração dos Estados Unidos: a entrada em vigor do Johnson-Reed Act, fixando quotas que excluíam quase totalmente os cidadãos portugueses, restrição que se prolongou até depois da Segunda Guerra Mundial.
No caso dos Altares, a emigração para os Estados Unidos da América dirigiu-se essencialmente para a Califórnia, formando um numerosa e influente colónia no vale de San Joaquin e em torno da cidade de Artesia, localidade onde hoje residem mais altarenses e seus descendentes do que na freguesia de origem.
A atividade económica dominante ao longo dos tempos foi a agricultura e pecuária, tendo esta dominado os últimos 50 anos.
Personalidades
Os Altares têm contribuído com diversas personalidades para a vida cultural, social e política, entre as quais:
- Inocêncio Romeiro Enes
- Manuel Cardoso do Couto
- Frederico Coelho de Melo
População
Altares é uma freguesia rural açoriana pertencente ao concelho de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. Possui de área cerca de 31,20 km quadrados.
A população no ano de 2009 conta com cerca de 950 habitantes, dos quais 830 são eleitores, sendo que nos censos de 2001 registava-se uma população de 884 habitantes.
Geografia
Localizando a freguesia na ilha Terceira esta situa-se a noroeste da ilha Terceira, sendo a norte com o mar, a leste com a freguesia dos Biscoitos, concelho da Praia da Vitória,
a oeste com a freguesia do Raminho, e a sul e sudoeste com a Caldeira de Santa Bárbara e o interior da ilha.Ocupa parte do maciço da Caldeira de Santa Bárbara, que estende-se desde o interior desta até ao mar e entre a Ribeira dos Gatos e Canada dos Morros.
O aglomerado habitacional situa-se na baixa vertente a uma altitude de 120 a 130 metros.
A freguesia é percorrida por várias ribeiras que apenas possuem leito ocasionalmente, são elas a Ribeira de S.Roque, dos Gatos, Lajinhas, da Lapa, Canada do Rebolo e Pamplona.
Tem o seu ponto mais elevado no Pico Rachado – 827 metros.
A costa é formada por rochas traquíticas e andesíticas tendo uma altura que oscila entre 30 e 50 metros face ao nível do mar, sofrendo no entanto uma forte erosão das ondas do mar, sendo exemplo disso o Pico Martim Simão – 153 metros de altura.
Situa-se a 19 km da cidade Angra do Heroísmo.
Lugares
A freguesia conta cinco lugares relativamente diferenciados:
- Arrochela, no limite leste da freguesia, um povoado cuja maior parte das habitações se situa em território dos Biscoitos e cuja população está ligada àquela freguesia;
- Achadas, uma região plana sita a leste do centro da freguesia, incluindo o lugar da Fonseca e a Canada do João Borges;
- Canada do Rego, um prolongamento da freguesia para o interior da ilha ao longo da estrada que se dirige para Angra do Heroísmo;
- O Lugar, o centro da freguesia, é caracterizado pela igreja paroquial e possui os seguintes lugares: Patim, Canada do Pelame, a Canada das Cales, a Canada do Saco,a Canada dos Engenhos e a Rua Nova, onde se localiza a igreja paroquial.
- Ribeira dos Gatos e Canada dos Morros sito nas margens da ribeira do mesmo nome. O nome da ribeira deriva de um dos descendentes de Fernando Anes Gato, que teve terras naquela zona. Canada dos Morros, inclui Cruz do Marco, a Vinha Velha e a Silveira.
Economia
A atividade económica nos Altares baseou-se ao longo dos séculos na agropecuária, inicialmente na cultura do pastel (de que a freguesia foi um dos principais centros de cultivo nos Açores), depois na do trigo, na do milho e na da batata-doce (para fabrico de álcool).
Mais recentemente a bovinicultura leiteira com base na pastagem e na produção de milho para forragem domina a economia da freguesia, hoje uma das mais produtivas bacias leiteiras dos Açores.
Outra atividade importante na freguesia é a carpintaria e a marcenaria, áreas onde tradicionalmente foram frequentes as pequenas oficinas.
No cume do Pico Matias Simão, aproveitando um cruzeiro ali ereto, existiu nas décadas de 1950 e 1960 uma vigia da baleia, ligada à atividade de caça à baleia centrada no porto dos Biscoitos.
Na zona das Achadas, no sopé do Pico Matias Simão, existem depósitos de barro de relativa qualidade, utilizado para o fabrico de telha. Os telhais artesanais dos Altares, ligados a outros similares existentes na Praia da Graciosa, foram dos últimos a encerrar nos Açores, ainda fabricando ocasionalmente algumas telhas para reposição de telhados antigos.